segunda-feira, 30 de junho de 2008

AINDA SEM CONVENCER

Pela primeira vez neste Brasileirão Série B, o Vila Nova venceu por um placar com mais de um gol de diferença. Poderia ter sido de muito mais, mas o Vila ou não deu conta, ou não quis. E neste caso, não sei qual das duas opções é pior.

Oportunidades, além das resultadas em gol, o time teve. E várias. Até porque o adversário não ofereceu resistência. Com exceção das bolas aéreas, já que Cláudio Luiz, com seu 1,97m, e Willian Amaral, de 1,83m, não davam a menor chance para Túlio, de 1,78m, e Wando, de 1,70m.

Mesmo assim, o Vila insistiu inúmeras vezes nas bolas alçadas e isso, por incrível que pareça, não é nem falta de orientação do treinador, nem desobediência dos jogadores. É conseqüência de um outro problema: o esquivar dos meias.

Desde o inicio do campeonato, vê-se os armadores muito distantes do ataque. Tanto físico, quanto funcionalmente. Basta observar que a maioria dos gols colorados surgiram ou de bola parada ou de jogadas pelas laterais.

Aliás, este é um outro setor que vem segurando as pontas, mas pode ainda ser muito prejudicado com a ausência dos centrais. Quase nunca Reinaldo e Caíco encostam em Fernandinho (Marcel) e Osmar para uma tabela ou qualquer outro tipo de jogada que possa sair dos triviais cruzamentos (que devido as características dos atacantes, nunca resultam em gols), ou dos cortes para o meio, onde há um buraco justamente porque os armadores lá não estão.

Para a próxima partida, Givanildo terá problemas já que Guilherme continua contundido e Heleno levou o terceiro cartão. Isso fatalmente resultará em uma mudança de esquema, até porque joga fora de casa e isso, até psicologicamente, exigirá uma postura mais defensiva do time.

Mais uma prova de fogo para os armadores, que se não exercerem suas funções de avante, recuarão ainda mais o time - um verdadeiro convite para um bombardeio adversário que, dificilmente, a nova zaga vilanovense conseguirá segurar.

Olho nisso, se não a escrita das partidas fora de casa permanecerá a mesma: derrota, derrota, derrota...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

O FLU QUE SE CUIDE...

São Paulo e Boca Juniors sem dúvida foram adversários de peso nessa caminhada do Fluminense rumo ao topo da América. Contudo, a conquista ainda depende de um degrau que, para mim, é o mais árduo deles.

A LDU é, assim como o Fluminense, uma surpresa nesta final de Libertadores. Mas não confundam ineditismo com zebra. Apesar de ter caído em uma chave sem adversários de muita tradição neste campeonato, a Liga Desportiva não chegou por acaso à final.

Tudo bem, desde as oitavas-de-final não vence um jogo, e chega ao último duelo se arrastando em derrotas e empates. Mas para mim, é aí que se concentra o perigo. Que atire a primeira pedra aquele que não teme uma LDU com sobrecarga de energia acumulada desde o último triunfo ainda sobre o Estudiantes.

Com seis jogadores integrados à seleção equatoriana que, para quem vem acompanhando as eliminatórias, sabe que ainda pode dar muito trabalho, a LDU vem para um jogo fechado, diferente de São Paulo e Boca Juniors que acabaram deixando brechas para os mortais contra-ataques tricolores.

Além disso, o próprio Fluminense vai, intuitivamente, se fechar. Primeiro porque joga na altitude e não vai ter saúde para correr os 90 minutos. Segundo, porque nesta fase, gol fora de casa não é fator desempate, logo diminuem ainda mais os porquês para o time se arriscar. Isso fora o peso de uma final. Cada um desses jogadores sabe que uma derrota por mais de um gol pode botar tudo a perder, logo esse mal o Fluminense vai querer evitar.

Assim, o que pode acabar decidindo são as bolas paradas e os chutes de fora da área. Nesse ponto, o Flu tem gabarito, já que conta com ótimos batedores como Conca, Cícero e Thiago Neves, e um cabeceador de respeito, Washington. Mas para quem acha que a dádiva é só do Fluminense, a LDU conta com um Cláudio Bieler, de 1,83, também especialista nas bolas aéreas, e um técnico bastante invocado com jogadas ensaiadas – essas sim podem decidir tudo.

Como se não bastasse a LDU é muito forte pelas laterais. Se São Paulo e Boca Juniors levavam perigo sobretudo pelo meio, tamanha qualidade de seus armadores e homens de área, o time equatoriano conta não só com bons alas, mas com um tal Guerrón, talvez previsível, mas quase insuperável no setor direito, e Bolaños, com quem mais o Flu deve se preocupar, caindo pela esquerda. Tarefa para Gabriel e Júnior César, o primeiro muito fraco na marcação, e o segundo com características muito ofensivas. Essa pulga ninguém tira da minha orelha.

Dessa forma, se o Fluminense não quiser que essa esplêndida oportunidade se espalhe como pó-de-arroz em ares equatorianos, o sr. Renato Gaúcho deve mostrar serviço na armação tática, pois dentro de campo, a LDU é, hoje, favoritaça..

segunda-feira, 23 de junho de 2008

NÃO IMPORTA COMO, O IMPORTANTE É VOAR


Como santista é difícil falar, mas confesso: ontem, me rendi ao time do Goiás.

Motivos foram vários. A começar pelo jogo em si. Armar a equipe no 3-5-2 era o mais óbvio para qualquer um que soubesse das várias limitações alvinegras. Como Hélio o fez, fica mais do que provado que, no mínimo, observador ele é.

Isso porque esse tipo de armação fecha o meio e chama os laterais que, han han, o Santos simplesmente não tem! Ok... a esquerda esta bem guarnecida com o canarinho Kleber, mas além de estar apresentando um medíocre futebol, sozinha, andorinha nenhuma faz verão.

Pelo lado direito, desde a saída de Denis (péssimo jogador que, mesmo assim, está conseguindo fazer falta) zagueiros e meias vêm quebrando o galho. Ontem era aguardada a estréia de Apodi, finalmente alguém original da posição, mas a papelada o impediu, e até isso favoreceu a escolha de Hélio.

Pelo meio, marcação individual nos “armadores” Tabata e Molina, e pronto, o time do Santos estava anulado. A única saída parecia mesmo ser os chatos chuveirinhos que, se raramente dão certo, ontem, com a obediência tática dos três zagueiros esmeraldinos, eram como murro em ponta de faca.

Entra aí mais um fator determinante para a destruição esmeraldina: essa tal obediência. Sem ela, nem se Hélio fosse dos Deuses, conseguiria tamanha façanha. Mas bastou um pouquinho de vontade, para que TUDO, absolutamente TUDO, voltasse a dar certo.

Na defesa, Harlei não sofreu gols, deu segurança, e esboçou um ou dois milagres que há tempos nem o maior dos fiéis esperançava ver. Vítor aprontou a correria de sempre e apesar das limitações nos cruzamentos, chamou muitas faltas (segurando o jogo) e extinguiu o já extinto Kleber. Paulo Henrique, Henrique e Ernando foram indiscutíveis naquilo que vinha os questionando: a bola aérea. E pela esquerda, Júlio César, que sequer tinha quem marcar, saiu para o jogo, deu assistências e até bola na trave mandou. Sua melhor partida pelo Verdão.

No meio, Amaral anulou tanto, mas tanto, o ex-esmeraldino Tabata, que nem dos quinze da segunda etapa ele passou. Molina então, já no intervalo ficou para trás. Méritos do esquema tático de Hélio dos Anjos (já que Cuca o substituiu por um atacante, formando na frente um trio com o intuito de entreter os três zagueiros do Verde) e também de Ramalho, que não só trancou o meio, como ainda se arriscou no ataque sofrendo o pênalti que gerou o terceiro gol. Só não digo que está consagrado porque esse adjetivo ninguém tira de um certo Romero. Como um verdadeiro coringa, ele marcou, armou, sofreu pênalti, fez gol, e confirmou que perto de majestade, maestro nenhum tem vez. Se cuida Paulo Baier, porque ontem, ninguém sequer lembrou de você!

O ataque finalmente desencantou. Mérito inicial de Yarlei, que fora de campo faz seu papel despertando todo um clima otimista no time, e dentro, esbanja rapidez e calma na hora de finalizar. Um verdadeiro líder que já vem despertando discípulos como, por exemplo, Alex Terra, que, certamente inspirado no companheiro, deu assistências, balançou as redes e fez, finalmente, uma partida digna de seus bons tempos na Ponte Preta. Aplausos!

Com tudo isso, o jejum de nove jogos sem vitória se foi, a volta e não liberação de Romerito ficam justificadas, o ataque volta a marcar, a contratação de Yarlei é consagrada e a esperança de que a reação não tenha sido apenas uma vingança a Vadão, Arthur Neto e companhia, se reascende.

Aliás, esse caso merece um parágrafo. Se por um lado foi realmente gratificante ver nosso representante goiano fazendo história na Vila, sendo exaltado pela imprensa nacional e, pelo menos temporariamente, reconquistando o respeito dos demais competidores; por outro, é nostálgico ovacionar esses mesmos caras que, se ainda estão na zona de rebaixamento, é porque durante seis jogos foram covardes o suficiente para colocarem à frente do Goiás Esporte Clube pormenores indignos de tanta irresponsabilidade para com a instituição e para com os próprios torcedores, que imploro eu: não se deixem dopar por esta vitória. Se a dose foi forte, é porque os feiticeiros são perigosos. E esse, é mais um trabalho para Helio e seus Anjos.



FALTA A CEREJA


Sábado confesso ter ido ao estádio temendo o primeiro escorregão vilanovense dentro de casa. Além dos desfalques de Alex Oliveira e Guilherme, a lateral-esquerda teria um estreante com apenas 22 anos e três dias de casa. Isso fora a força do adversário, que bem montado pelo ex-goleiro e atual técnico Zetti, carrega consigo a obrigação de voltar a divisão de elite, lugar onde se acostumara a ficar, até os tropeços da ultima temporada.

Os 15 minutos iniciais deram pinta de que Fernandinho e Juventude é que complicariam. O primeiro logo se redimiu. Com bastante disposição chamou para si o jogo, mandou bola no travessão, e só não se destacou mais porque do lado direito existe um tal Osmar que é brincadeira!

O Juventude tem lá seus méritos. Com uma fortíssima marcação, ajudou o Vila Nova a não chegar com perigo ao ataque. Mas determinante mesmo, foi a má atuação dos homens de vermelho responsáveis por essa incumbência: os senhores Caíco e Reinaldo.

Desde que chegaram, muito pouco fizeram. Justamente por isso, faz falta o velho e bom Alex. Por sorte, no banco de reservas sentava um tal Amaral. E bastou ele entrar na partida para provar que o erro estava mesmo na armação.

Com muita movimentação, o estreante da vez (aliás demorou a integrar o time principal, pois há muito vinha fazendo a diferença nos treinamentos) quase mudou a história do jogo. Só ficou no quase porque a chave para essa vitória era marcar mais de um gol.

Dos seis jogos que o Juventude havia feito até aqui, em todos marcou gol. Contudo, somente em um a equipe teve o mérito de balançar a rede mais de uma vez. Por isso, dois tentos eram quase sinônimo de vitória, enquanto somente um resultaria, no mínimo, em empate e, no máximo, em derrota.

Se não foi por querer, foi por incompetência. O mínimo não é suficiente para um time que objetiva a Série A. Por isso, não resta ao Vila outra coisa, senão fazer a diferença. E o que é fazer a diferença? É investir em uma bola parada (assim saiu o gol deste sábado), em jogadas ensaiadas (são elas que embaralham um adversário competente na marcação) e, é claro, em um grande talento individual que há tempos não se vê na Toca.

O Túlio é um fenômeno? Sem duvidas! Mas se a bola não chega nele, é quase um a menos em campo. Por isso, falta aquele cara para ajudar o goleador colorado (que como ninguém se posiciona dentro d’área) e, é claro, fazer o que só um verdadeiro craque faz: a função de todos os outros em uma única jogada.

Isso é decidir, isso é o que falta!

terça-feira, 17 de junho de 2008

ANJO SEM ASA, EXISTE?


O apocalipse trouxe a gravidade, que chegou infernizando a Serrinha. De repente, tudo caiu: técnico, diretor técnico, auxiliares, preparador físico, entre outros por muitos intolerados. Segundo bocas satânicas, esse seria apenas o começo. Mas um anjo parece estar a caminho para trazer a salvação e, conforme os princípios divinos, reestabelecer a paz no lugar.

Seu nome não é João, tampouco Gabriel. É Hélio! Envolto em seu sagrado manto verde, ele já conseguiu vários milagres e vitoriosas admoestações. Entre eles, dois Campeonatos Goiano, uma Copa Centro Oeste e o inesquecível acesso ao lugar mais alto do futebol brasileiro: a celestial Série A.

Se a Série C é o inferno, a B é o purgatório. E por lá Hélio já passou. As glórias conquistadas depois do julgamento levam a crer que injusto seria fazê-lo passar por tudo aquilo novamente. Mas os 15 longos meses em que ele passou na terra de Alá deixaram Deus desconfiado e, por isso, Hélio fora mais uma vez destinado a essa ponderação.

As dificuldades para o cumprimento da profecia, dessa vez, são bem maiores. As regras, contudo, praticamente não mudaram. A primeira relaciona-se a carne, ao físico. Resume-se à condução de um bando de pecadores, digo, jogadores, ao desenvolvimento de melhores condutas técnicas dentro de um retângulo 118 x 80m. Já a segunda, mais voltada para o espírito, para as questões éticas e morais, exige a quebra, se não me engano, de um caldeirão, que vem evaporando a água benta lá deixada pelo Senhor.

A segunda tem uma penitencia maior, já que, de acordo com o próprio Deus, é ela que vem impedindo a glorificação da primeira. Mesmo assim, um meio termo alcançado por Helio já o livra do temeroso juízo final.

Se, por um lado, assusta-me a prostituição dos cordeiros ante as tentações do mundo moderno, por outro, animam-me a dádiva, o talento e a alegria com que Hélio se dispôs a encarar o novo desafio. Ontem mesmo consegui ouvir sua voz. Vinha de longe, muito longe, mas eu bem escutei ele dizer: "Para mim, é um orgulho estar de volta".

Encantador, Hélio. Mas cuidado! Por aqui, muitos acusam-no de falso profeta e várias são as bestas que emergir-se-ão da terra para puxar vossos pés. Acredito em tua pureza, capacidade e dedicação. Contudo, o numero dessas (bestas) é como a areia do mar e pode dificultar, e muito, a bênção daquilo que testificas.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

PARA OS TORCEDORES VILANOVENSES...

... O QUE FOI MELHOR?

a) A vitória

b) São Max

c) Túlio Maravilha

d) Os zagueiros do América-RN

e) O(s) vexame(s) do Goiás

PARA OS TORCEDORES ESMERALDINOS...

... O QUE FOI PIOR?

a) Os 5 x 0

b) Amaral e sua mão

c) Harlei e suas saídas

d) "Resultado normal" - by Pedro Goulart

e) Túlio Maravilha e seus 3 gols

quarta-feira, 4 de junho de 2008

PALPITES DO DIA

Fluminense x Boca Juniors --> Fluminense
Corinthians x Sport --> Corinthians

O QUE FALTA

O esperado aconteceu: mais um fraco fim de semana para o futebol goiano.

Do lado vilanovense, na última sexta-feira, uma boa surpresa ficou no quase. Não fosse pela infantilidade de Marcel no finalzinho, o Tigre além de um resultado fora, manteria uma seqüência importante de invencibilidade e ainda permaneceria no fermentado bolo lá da frente. Não que o atual décimo lugar (com a rodada de ontem perdeu uma posição) o distancie significativamente da zona, mas como já alertaram Givanildo e sua experiência: “50% de aproveitamento é pouco, quase nada para quem tem uma Série A como objetivo”.

Quanto ao Goiás, estou dividida. Não sei se lamento mais o pífio 0 x 0 ou as declarações pós-jogo do técnico e dos jogadores ovacionando o comportamento do time. Disse Oswaldo Alvarez: “Essa foi nossa melhor atuação”. Como assim? Pra quem viu o que é o atual time do Figueirense, de bom esse jogo não teve nada. Nem mesmo a postura do Goiás que, se foi a melhor até agora, as outras então inexistiram!

Quem contenta-se com pouco, com pouco ficará. Que pelo menos no pensamento, nossos times sejam grandes.