sábado, 26 de abril de 2008

DEU A LÓGICA




Apesar de fazerem uma final inédita nestes 65 anos de história de Campeonato Goiano, Goiás e Itumbiara foram os times mais consistentes no decorrer da edição 2008, e por isso merecem estar na grande decisão.


Para quem acompanhou os jogos e a preparação dos times, percebeu a superioridade técnica, estrutural e de investimento de ambos. O Itumbiara com um quê a mais de surpresa, não só pela pouca tradição, mas pela dedicação que demonstrou desde antes do início do Campeonato. Parecia até se tratar de um "tudo ou nada". E até agora, deu tudo o que eles queriam.


É claro que o título inédito, pra quem em 38 anos de fundação sequer chegou a uma final do Goiano, é parte do plano. Mas ficou claro, principalmente depois das declarações do prefeito de Itumbiara e presidente de honra do clube, José Gomes da Rocha, que o almejado era mesmo a vaga na Copa do Brasil 2009, ano do centenário da cidade.


Pra quê? Parece evidente que por questões políticas. Se este ano, sem qualquer data extraordinária, Zé Gomes já investiu milhões no time visando a satisfação dos eleitores que daqui alguns meses digitalizam seus votos para a composição do Paço Municipal itumbiarense, imagine o que será feito no decorrer do histórico 2009? Como afirma o próprio prefeito, "a idéia é elevar nacionalmente o nome Itumbiara!". Resta saber se do time ou da cidade.


O Goiás também fez sua parte. Mais por obrigação do que pra surpreender. Principalmente depois do trágico 2007, a diretoria parece ter acordado para a importância de pensar grande e agir como tal. Algo que já era cobrado do time, maior representante esportivo do Estado, há muito tempo.


Justamente por isso iniciou-se o ano com grandes contratações. Não de famosos medalhões experientes nas artes de fazer alarde e de esvaziar as contas bancárias das sociedades esportivas onde pisam com suas coloridas chuteiras (pra chamar a atenção, claro!), mas de jogadores de menos nome e mais eficiência. Cega exaltação? Excesso de confiança? Nada disso! Está mais que claro que para competições de maior nível, o Goiás ainda precisa de contratações (leia-se reforços!). Mas alguns números comprovam que a eficiência a que me refiro não é nada ilusória.


Com 64 gols marcados em 24 jogos, o time se colocou como um dos melhores ataques de todo o país. Foi no Estadual o time com a maior seqüência de jogos consecutivos sem derrota: 10 (da 3ª à 13ª rodada), uma verdadeira prova de regularidade. Com apenas 3 expulsões ao longo da competição, mostrou que disciplina também faz parte do planejamento. Se consagrou líder geral da primeira fase, entrando com preciosas vantagens nas semi-finais. Aplicou 7 goleadas, o que reforça a competência do ataque que, diga-se de passagem, foi o melhor de todo o Goianão com 54 gols. Além disso, foi o clube que menos perdeu: apenas 3 derrotas. Isso fora a Copa do Brasil, onde junto apenas a Palmeiras e Internacional (RS), foi a única agremiação a se classificar nas duas primeiras fases sem a necessidade do segundo jogo; onde marcou 10 gols em meros 3 jogos; e onde destruiu tanto no placar quanto taticamente o ex-todo poderoso Corinthians, vitória digna de um resultante torcicolo no corinthiano roxo e presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva.


Se tudo isso ainda não te convence dos méritos dessas equipes, tudo bem, estou de acordo que números nem sempre são donos da verdade. Mas muita emoção e um excelente espetáculo podem tirar suas dúvidas. E para isso, basta reservar duas horas de cada um de seus dois próximos domingos. Afinal, o coração só sente o que os olhos vêem!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

EU E NOSTRA JÁ SABÍAMOS


Demorou, mas finalmente foram definidos os confrontos do quadrangular final deste Goianão 2008. Mesmo com previsibilidades à solta, torcidas, times e imprensa tiveram de esperar toda a fase classificatória, ao todo 17 jogos, para conhecerem quem enfrenta quem nessas semi-finais.
Surpresas ao longo do campeonato? Sim, tivemos várias! Quem imaginaria, por exemplo, que o CRAC, sensação da Série C do Brasileiro do ano passado, não chegaria uma vez sequer à zona de classificação e ainda terminaria como o 4º pior time da competição? Quem acreditaria na surpreendente reação da pobre Anapolina que nem arroz, muito menos feijão (caríssimo!), tinha a oferecer aos seus jogadores? E quem apostaria numa eliminação precoce da segunda maior força do futebol goiano, o Vila Nova, diante do surpreendente Anápolis, que entrou literalmente pra não cair? E os 4 x 0 que os colorados levaram do Atlético? Nem um perito em futebol apostaria esse resultado na loto! Alias, falando em Atlético... Conseguiu sua primeira vitória somente depois de 4 jogos, oscilou nas últimas posições até a 10ª rodada e, depois da chegada do heróico e, para mim, melhor técnico dessa fase classificatória, Zé Teodoro, despontou para muitos como favorito ao título já que, diferentemente do Goiás que começou bem e foi caindo de rendimento (apesar da indiscutível campanha), o rubro-negro soube a hora de crescer!
São essas imprevisibilidades que dão graça e seguram todos até os 90 minutos da finalíssima. Mas como comentarista esportiva, estou aqui para apontar os melhores, os piores e, inclusive, o campeão com dias de antecedência. Na minha profissão, errar sempre foi conseqüência. O importante é falar! Números ajudam, são legais, e dizem muito! Assim como coincidências. Aliás, foi pensando nessas duas coisas que há exatos 66 dias entreguei a taça ao Goiás. O porquê? Além de um time bem montado, de uma excelente estrutura, de contratações acertadas (destaque para a comissão técnica), e uma folha de pagamento de 1 milhão e 800 mil por mês, me baseei nas últimas 4 finais do Goiano, em que sempre o vice-campeão de uma edição, no ano seguinte acabou papando o título. E pra quem não recorda 2007: Atlético 2 x 1 Goiás.
Fora os esmeraldinos, qualquer um poderia deletar este parágrafo acima. Afinal, todos os outros 3 que integram o quadrangular final apresentam números e coincidências de sobra para roubar do Goiás a taça que eu já lhe concedi. O Atlético, por exemplo, tem o melhor ataque, o melhor saldo de gols, muito dinheiro e no ano passado, quando se consagrou campeão, começou tão mal como neste ano (sua primeira vitória também veio na 4 ª rodada). O Itumbiara também tem muito dinheiro, jogadores bastante experientes, técnico de série A, está desde a primeira rodada do campeonato na zona de classificação e este ano ganhou bonito dos 3 grandes da capital: Goiás, Atlético e Vila Nova. Além disso, pega na semi-final o Atlético, time que desbancou 3 vezes nos últimos 4 confrontos que teve com a equipe. Olho neles, Dragão! O Anápolis também não fica pra trás. Primeiro time a se despontar no conturbado Grupo 1, garantiu a classificação em cima do Vila Nova, desbancou o Itumbiara em pleno JK e foi o único time a não perder para o Goiás na primeira fase, com uma vitória em plena Serrinha e um empate no Jonas Duarte.
Apesar de tantos indícios e dicas pra eu não me meter em apontar favorito, honro minha condição de cronista esportiva e sigo com a mesma opinião do terceiro parágrafo que, por enquanto, segue em negrito. E que o fim do campeonato, trate de deletá-lo, porque eu não o faço.