quarta-feira, 26 de março de 2008

TORCIDAS ORGANIZADAS NÃO DEVEM SER EXTINTAS


As semi-finais do Goianão virão aí e com certeza o Estádio Serra Dourada fará parte da disputa. Estes serão os primeiros jogos decisivos depois que torcedores de Vila Nova e Goiás brigaram entre si no final de fevereiro. O fato acabou interditando o estádio para reformas e colocando em pauta a extinção ou não das Torcidas Organizadas. Optar pelo sim não seria a solução, já que a desorganização das mesmas é resultado de problemas culturais e estruturais que cabem às autoridades resolver.
Os torcedores deste tipo de organização são geralmente rotulados de agressivos. A personalidade de cada um não se pode alterar. Mas o comportamento refletido em público deve ser contido, já que a violência não é a única forma de se expressar agressividade. Gritos de guerra, faixas e bandeirões contribuem tanto para a beleza do espetáculo, como para o processo de auto-afirmação que as pessoas buscam ao se filiar a essas entidades. É preciso que isso esteja claro na mentalidade da juventude.
Mesmo com a implantação de medidas preventivas, o processo de conscientização pode não ser suficiente para impedir que a festa se transforme em violência. Por isso, remediar também faz parte do processo. Sistema de segurança desenvolvido, policiamento especializado e política de punição são medidas em que as autoridade devem investir para garantir a paz nos estádios.
Apoiar o fim das Torcidas Organizadas seria, por parte das autoridades, se esquivar de responsabilidades inerentes ao seu papel, e também restringir do espectador a festa, beleza e euforia que as torcidas – desde que realmente organizadas – trazem aos estádios de futebol.